Mostra "Retratos do Câncer" no UNIBES Cultural foi organizada pelo jornal O Estado de S.Paulo e Blue Studio
Especialistas do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) participaram, no último dia 31 de julho, do evento “Retratos do Câncer - Uma reflexão sobre desafios e soluções para o cuidado oncológico no Brasil” realizado no Espaço UNIBES Cultural e organizado pelo jornal O Estado de São Paulo e Blue Stúdio.
Com presença de representantes de várias instituições de saúde, participaram a Diretora de Corpo Clínico do Icesp, Profª. Drª. Maria Del Pilar Estevez Diz; a Chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp, Profª. Drª. Luisa Lina Villa; o Chefe do Serviço de Cuidados Paliativos, Dr. Toshio Chiba; e a Chefe do Grupo de Oncologia Mamária, Drª. Laura Testa.
Em relação ao tema “Prevenção, diagnóstico e tratamento no Brasil: avanços, desafios e sustentabilidade”, a Profª. Drª. Luisa Lina Villa afirmou: “Nos países em que a vacinação contra o HPV está sendo implementada há pouco mais de uma década, está ocorrendo uma redução significativa das infecções pelo vírus e das doenças que ele causa”.
“O câncer do colo do útero – acrescentou ela - pode ser erradicado, mas requer um grande esforço de comunicação, porque se as pessoas não se vacinarem, principalmente crianças e adolescentes, nós não vamos conseguir alcançar essa meta”.
No debate sobre “Cuidados paliativos e qualidade de vida: humanizando a jornada oncológica”, o Dr. Toshio Chiba observou: “Precisamos falar sobre as opções da finitude e respeitar a autonomia de costume, hábito e tradição de cada um. Falar sobre a nossa finitude, em sã consciência é fundamental, e cada um deveria ser dono dessa decisão, de como vai ser tratado”.
No painel “Câncer no Brasil: desigualdades regionais e soluções para um acesso equitativo”, a Drª. Laura Testa afirmou: “O grande obstáculo nacional, e que talvez tenha mais disparidades regionais, é o acesso ao diagnóstico. Precisamos treinar as unidades básicas em como dar seguimento quando há uma alteração de um exame e informar aos pacientes sobre a possibilidade do diagnóstico de câncer” – disse a Dra. Laura Testa.
A Profa. Dra. Maria Del Pilar Estevez Diz observou: “O Brasil é um país muito grande, então temos realidades distintas dependendo do Estado. Um dos grandes gargalos para que se consiga oferecer uma assistência integral, e em tempo adequado para o tratamento do câncer, é o diagnóstico. Há também a questão da educação da população sobre os sintomas do câncer. Para isso precisamos da rede básica de saúde, compreendendo também os agentes de saúde, com maior educação em relação à doença, para que possam capturar esses indivíduos e tragam para o serviço público”.
Publicado em 14/08/2025