Durante o mês de julho, a expedição promoveu integração entre ensino e políticas públicas de saúde
A primeira expedição do Projeto Muiraquitã levou assistência em saúde e formação prática a comunidades ribeirinhas dos municípios de Aveiro, Belterra e Santarém, no interior do Pará. Em um esforço conjunto de alunos e professores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com a participação voluntária de profissionais da saúde, foram realizados, durante 20 dias, 34.399 atendimentos, integrando ensino, assistência direta e coleta de dados para políticas públicas.
O total de procedimentos incluiu 1.755 consultas médicas (clínica geral, ginecologia, pediatria e psiquiatria), 21.661 dispensações de medicamentos, 889 exames laboratoriais, 150 ultrassonografias, além de pequenas cirurgias, vacinação e triagem básica. A ação proporcionou aos alunos atividades de campo voltadas para a realidade da medicina em áreas remotas.
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ATENÇÃO DIRETA E CONTINUIDADE DO CUIDADO
Uma das frentes de maior impacto foi a realização de exames que não estavam disponíveis para grande parte da população. “Atendemos muitas gestantes que nunca tinham feito um ultrassom. Foi a primeira vez que elas puderam acompanhar o desenvolvimento do bebê”, relata João Pedro Costa Cruz, aluno do 3º ano de Medicina.
O fornecimento de medicamentos de difícil acesso também foi uma prioridade. A equipe garantiu tratamentos de longo prazo, reduzindo o impacto financeiro para as famílias. Houve ainda uma forte ênfase em orientar os pacientes sobre o uso correto das medicações e alternativas viáveis dentro da rede pública local.
“A gente fala muito sobre medicina humanizada em São Paulo, mas lá era diferente. Não era só sobre atendimento, era sobre entender um modo de vida que eu nem imaginava”, completa o aluno da FMUSP.
PÓS-EXPEDIÇÃO: PRODUÇÃO CIENTÍFICA E POLÍTICAS PÚBLICAS
Encerrada a fase de atendimentos, o projeto se concentra agora na análise dos dados coletados e na produção de artigos sobre saúde mental, tecnologias em saúde remota e propostas de curricularização de experiências práticas em regiões de difícil acesso.
O projeto é coordenado pela Profa. Dra. Ludhmila Hajjar, titular da disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP, e pelo Dr. Victor Vaisberg, médico supervisor de Emergências do Hospital das Clínicas. A iniciativa contou com o apoio de instituições públicas, privadas e da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), responsável pela gestão do barco-hospital Abaré.
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Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMUSP
Publicado em 06/08/2025
