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Tecnologia


Ano II - Edição 86 - 08/12/2025 a 14/12/2025

FMUSP inicia testes para viabilizar a primeira telecirurgia robótica da rede pública na América Latina

FMUSP inicia testes para viabilizar a primeira telecirurgia robótica da rede pública na América Latina


Avaliação servirá de base para estudo inédito sobre cirúrgias a distância

A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) iniciou, em 2 de dezembro, a primeira etapa de testes de conectividade para um programa pioneiro de telecirurgia robótica, que avalia a possibilidade de realizar procedimentos cirúrgicos a distância entre a FMUSP e o Hospital Universitário (HU). A iniciativa tem como objetivo analisar, em condições reais, a estabilidade da transmissão de dados durante atividades cirúrgicas simuladas, etapa fundamental para o avanço das próximas fases do estudo.

De caráter multidisciplinar, o projeto reúne, pela primeira vez, docentes e equipes técnicas de disciplinas de quatro Departamentos de Cirurgia da FMUSP, além de profissionais do InovaHC, especialistas em tecnologia da informação e equipes assistenciais do HU. Cerca de 50 profissionais participaram diretamente da operação, evidenciando a complexidade logística e a articulação necessárias para garantir segurança, precisão e rigor científico.

Ao longo da programação, cerca de 23 cirurgiões participam dos testes, nos quais realizam procedimentos simulados em modelos ex vivo e operações a partir da FMUSP, enquanto um console paralelo permanece no HU. A análise dos dados coletados permitirá verificar se a infraestrutura atual oferece as condições necessárias para transmitir, com segurança e estabilidade, comandos cirúrgicos entre as duas unidades. Concluída essa fase de validação, o projeto avançará para a etapa clínica, que prevê a realização de cirurgias em humanos no mês de fevereiro. 

“Este projeto tem potencial para se tornar o maior estudo já realizado no mundo em telecirurgia robótica, tanto pelo volume de casos previstos quanto pelo caráter inovador da metodologia que estamos aplicando”, afirma o Prof. Dr. José Pinhata Otoch, titular da Disciplina de Técnica Cirúrgica da FMUSP. 

Além de representar um marco para o ensino e a pesquisa em cirurgia robótica, o projeto também contribui para discussões sobre equidade no acesso a tecnologias avançadas em saúde. “Ao demonstrar a viabilidade técnica da telecirurgia em uma instituição pública, o estudo abre caminho para que, no futuro, ferramentas semelhantes possam apoiar estratégias de assistência e formação dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), respeitando princípios de universalidade e isonomia”, reforça o Prof. Dr. Everson Artifon, coordenador do Centro de Treinamento em Procedimentos Minimamente Invasivos da FMUSP. 

Para a diretora da FMUSP, Profa. Dra. Eloisa Bonfá, que acompanhou parte dos testes, a iniciativa reafirma a liderança da Faculdade na incorporação de tecnologias avançadas ao ensino e à pesquisa. “Estamos abrindo caminho para uma nova geração de práticas cirúrgicas, com pesquisa robusta, responsabilidade ética e compromisso com a equidade. Validar essa tecnologia dentro de uma universidade pública mostra que é possível avançar com foco no impacto social do conhecimento”, destaca. 

O estudo inaugura um modelo institucional voltado ao desenvolvimento de telecirurgia e telementoria robótica, áreas que vêm despertado crescente interesse da comunidade 

Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMUSP


Publicado em 04/12/2025

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