Pesquisadores esperam a participação de mais de 400 voluntários para exames no InCor
O Projeto Temático Pós-Covid 19 iniciou, no último dia 22 de setembro, a fase de consultas presenciais de voluntários. Coordenado pelo Prof. Dr. Carlos Carvalho, professor titular de Pneumologia da FMUSP e diretor da Saúde Digital do HC, o estudo é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP – 2022/01769-5) e por doações privadas.
Essa etapa deve durar seis meses e prevê a participação de 400 a 500 pacientes. Os atendimentos serão realizados no Centro de Pesquisa do Instituto do Coração (InCor) e permitirão uma avaliação ampla das repercussões físicas, psicológicas e cognitivas após cinco anos da Covid-19, em pacientes que tiveram a doença moderada ou grave e que sobreviveram à internação no HCFMUSP.
Entre os exames previstos estão tomografia de tórax, eletrocardiograma, prova de função pulmonar, ultrassonografia do músculo reto abdominal, testes de força muscular ventilatória, entre outros.
O objetivo é mapear as possíveis sequelas deixadas pela doença nesses pacientes internados entre 30 de março e 31 de agosto de 2020. “Existia a previsão de acompanharmos, durante pelo menos cinco anos, os pacientes que sobrevivessem à internação por Covid-19, para contribuirmos com a descrição das sequelas que essa virose poderia deixar no organismo. Como é um vírus que entra pelas vias respiratórias e se espalha pelo corpo inteiro, poderia ter repercussões em todo o nosso organismo”, ressalta Prof. Dr. Carlos Carvalho.
Desde 2020, o projeto já passou por três avaliações que incluíram visitas presenciais: na primeira, 749 pacientes foram avaliados; na segunda, em 2022, 617 participaram de teleconsultas e 237 compareceram presencialmente; na terceira, realizada entre outubro de 2023 e novembro de 2024, 524 pacientes foram acompanhados, sendo 368 com consultas presenciais e teleconsulta.
Agora, após cinco anos da Covid-19, a expectativa é estender esse acompanhamento e consolidar evidências que orientem protocolos clínicos mais eficazes, além de subsidiar políticas públicas voltadas ao cuidado dos sobreviventes da Covid-19.
Por Caio Lamas
Publicado em 26/09/2025